Lutar pelo fim da escala 6×1 é uma pauta histórica da esquerda

Na história da luta de classes, todas as reivindicações que impactam diretamente a acumulação no capitalismo geram reação instantânea dos bilionários, empresários e seus representantes políticos que se opõem e alegam que isso causará crises ou aumentará o custo dos produtos. Isso se repete nos dias de hoje, com a reação à legítima reivindicação pelo fim da escala 6×1.

A luta pela redução da jornada de trabalho é constante, e qualquer desmobilização dos trabalhadores é uma oportunidade para retroceder em conquistas já consolidadas. A luta pela jornada de 40 e 36 horas semanais é antiga entre a classe trabalhadora brasileira e reacende o debate sobre sua legalização ao ressaltar a desumanização da escala 6×1, na qual se trabalha 6 dias para 1 de descanso. Nesse debate, jornada de trabalho e tempo livre estão no centro da contradição do funcionamento do capitalismo, o que pode mobilizar a sociedade, dada a importância estruturante do trabalho para a acumulação de capital.

A classe trabalhadora sabe que não quer viver para trabalhar, mas sim trabalhar para viver e poder escolher o que fazer com seu tempo livre: lazer, descanso, leitura, música, brincar com seus filhos, entre outros. Assim, embora a esquerda revolucionária tenha propostas diversas sobre a regulamentação e redução da jornada, como as 36 horas semanais e a jornada 4×3, presentes no texto da PEC, acreditamos que o foco atual deve ser a construção de um movimento unificado pelo fim da jornada 6×1 e a mobilização da classe trabalhadora na defesa de um direito fundamental na luta de classes em nossa sociedade.

A ascensão desse debate sobre a escala 6×1, tão central para a luta contra a exploração da classe trabalhadora, representa uma oportunidade importante para dialogar com nosso povo sobre o projeto político da extrema direita em ascensão, que não deseja trabalhadores com tempo livre, pois a possibilidade de construir outras formas de vida ameaça uma sociedade em que poucos enriquecem enquanto os 99% são explorados diariamente pela venda de seu tempo de trabalho.

Nesse sentido, é essencial que o Governo Lula reafirme o projeto político que o reelegeu em 2022, especialmente na atual conjuntura, por meio de um posicionamento consistente com a centralidade do debate sobre a escala 6×1 para a classe trabalhadora. Declarações como a do ministro do Trabalho, feitas essa semana, enfraquecem a luta, despolitizam o debate e negam o movimento em ascensão na sociedade brasileira pela luta por uma vida digna.

A classe trabalhadora não quer apenas sobreviver — ela quer viver! E, para isso, precisamos de uma sociedade que lute pelo “Bem Viver”, na qual a emergência climática seja revertida e os frutos do trabalho não sejam destruídos em minutos por desastres climáticos, como temos visto com frequência crescente. O debate sobre a redução da jornada de trabalho está diretamente ligado à nossa relação com o meio ambiente. Mais tempo livre implica melhor alimentação, cuidado com a saúde, lazer, atividades culturais, entre outros aspectos que promovem uma sociedade que respeite plenamente cada pessoa e o meio ambiente.

Pelo fim da escala 6×1 e pela união da classe trabalhadora nos diversos atos que ocorrerão no Brasil! É a força da mobilização popular que pode garantir a aprovação efetiva da PEC e as melhorias na condição de trabalho.


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1 comentário em Lutar pelo fim da escala 6×1 é uma pauta histórica da esquerda

  1. A destruição dos direitos trabalhistas pela direita capitalista e irresponsável é inadmissível! Isso é desumano! Digo “NÃO” a essa escala! 6 a 1. Por um Brasil mais justo.

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