NÃO AO LEILÃO DE PETRÓLEO NA FOZ DO AMAZONAS! PELO FIM DO CAPITALISMO FÓSSIL!

Foto de uma torre de queima de combustível fóssil

No dia 17 de junho, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizará mais um leilão de destruição, o 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, colocando à venda territórios inteiros para a indústria petroleira. São 16 setores para exploração de petróleo e gás, abrangendo áreas em terra, como no Mato Grosso, e principalmente no mar — nas bacias de Foz do Amazonas, Potiguar, Santos e Pelotas.

Esse modelo de leilão não é exceção: é regra. Uma regra que se repete, leilão após leilão, colocando os interesses de megacorporações acima da vida. No contexto do aumento das emissões de gases de efeito estufa e às vésperas da COP em Belém, quando o mundo inteiro fala em energias renováveis, a aposta brasileira em aumentar a exploração de combustíveis fósseis é um grande equívoco. Na lista de empresas que concorrem, estão algumas das maiores responsáveis pela crise climática e pelos crimes socioambientais do planeta, as petroleiras: BP, Chevron, CNODC, CNOOC, Equinor, ExxonMobil, Shell, Sinopec, TotalEnergies, entre outras.

O alvo mais cobiçado desse leilão é a Foz do Amazonas. A região que concentra uma das maiores reservas de biodiversidade marinha do mundo, habitat de centenas de espécies ameaçadas, berço de rios, manguezais e a maior floresta tropical do mundo. Além disso, é território de centenas de povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, pesqueiras e ribeirinhas que há gerações constroem suas vidas em plena relação com esses ecossistemas.

Esse leilão não se trata apenas de uma “questão técnica ambiental”, como afirmou o governo federal. É também uma questão social, econômica, climática e, acima de tudo, política. É mais um capítulo da velha história de colonialismo, de um capitalismo predatório que segue tratando os territórios como mercadoria, como zonas de sacrifício, numa lógica de racismo ambiental.

Enquanto os discursos oficiais tentam maquiar esse processo com palavras como “transição energética”, “desenvolvimento sustentável” e “soberania energética”, na prática o que se observa é a ampliação do capitalismo fóssil, com impactos diretos sobre os povos, os territórios e o clima. Não há transição possível enquanto seguirmos abrindo novas fronteiras de petróleo. Por isso, petróleo e gás devem ficar embaixo da terra e do mar!

O que está em jogo com a ameaça de exploração de petróleo na foz do Amazonas?

  • Riscos de vazamentos e desastres ambientais de proporções incalculáveis, como já aconteceu em outros projetos offshore mundo afora e mesmo no Brasil.
  • Destruição dos modos de vida de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores e marisqueiras.
  • Devastação de ecossistemas marinhos únicos e fundamentais para o equilíbrio climático e ambiental.
  • Aumento das emissões de gases de efeito estufa, aprofundando ainda mais a crise climática global.
  • Consolidação de um modelo econômico dependente de combustíveis fósseis, que perpetua desigualdades, exploração e violência.

Enquanto as empresas lucram bilhões, quem paga a conta são os povos, os territórios, a biodiversidade e as futuras gerações. É preciso dizer não. Por isso, no dia 17 de junho, terça-feira, estaremos nos manifestando nas ruas do Rio de Janeiro, em frente ao hotel onde ocorrerá o leilão da ANP (para mais informações entre em contato conosco). Convocamos todas, todos e todes: movimentos populares, organizações ecossocialistas, coletivos ambientalistas, juventudes, trabalhadores, povos indígenas, comunidades tradicionais e quem mais entende que não há justiça social sem justiça ambiental, não há futuro possível sem derrotar o extrativismo fóssil.

Nós, do coletivo Subverta, defendemos um programa ecossocialista para o Brasil e para o mundo. Um programa que seja anticapitalista, antirracista, antipatriarcal e anticolonial. Que defenda a soberania dos povos sobre os bens comuns — água, terra, florestas, ventos, rios, territórios. Que enfrente a financeirização da natureza e pare de subsidiar as grandes empresas poluentes, principalmente a indústria do petróleo e o agronegócio. Defendemos uma transição energética justa, popular, que não sirva para enriquecer o setor corporativo, mas para garantir bem viver, moradia, transporte, saúde, alimentação e dignidade para a população. 

POR UM FUTURO SEM PETRÓLEO E GÁS, VIDA ACIMA DO LUCRO!


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