Por uma cultura subversiva e insubmissa!
Acreditamos em uma cultura viva e politicamente engajada, por isso fundamos uma setorial de cultura na regional do Rio Grande do Sul.
A setorial se propõe a unir e fortalecer as pessoas trabalhadoras da cultura, bem como todes que se envolvem na sua construção, e também para pensar e articular ações nos territórios em que atuamos.
O termo em latim colo, que significava originalmente “eu trabalho, eu cultivo o campo”, originou muitas palavras que usamos comumente. É a matriz da palavra colônia, espaço que se está ocupando, terra ou povo que se pode explorar e sujeitar.
Também de colo, temos o passado cultus, culto, que refere-se ao campo plantado e trabalhado por gerações, uma terra com lembrança. Assim, também dá origem ao culto dos mortos, que no momento religioso realiza lembrança e reapresenta as origens, trazendo nexo do indivíduo para com uma totalidade espiritual ou cósmica. É transcendência.
E o futuro é culturus, cultura, o conjunto de práticas, técnicas, símbolos e valores que se devem transmitir às novas gerações. A terminação da palavra, -urus, denota a ideia de tempos vindouros, porvir. Ou o movimento em direção a este. E cultura é isso, constante mutabilidade em direção ao futuro. [1]
“A arte não deve jamais se alojar no fundo de uma garganta calada, ela deve triturar, bruta e compenetrada, cada uma das forças anti-proletárias”.[2] E que assim a arte, a cultura, é o ruído da revolução correndo entre nossa sociedade, o prenúncio do futuro que construímos. “A arte e a revolução não são cumes para tempos que virão. São metralhadoras do agora, são obreiros furiosos e levantes de chamas” [2].
“O que queremos:
A independência da arte – para a revolução
A revolução – para a libertação definitiva da arte.” [3]
É impossível mudar o mundo sem uma nova cultura. E cultura é cultivo, não é colônia. Então para andarmos em direção ao horizonte ecossocialista do bem viver que almejamos, precisamos desde já cultivar sementes de futuro. A cultura é urgente e vital, é potência, é trabalho, é empatia. Por uma cultura subversiva e insubmissa!
Referências
[1] BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
[2] GIBIM, Fabiana Vieira. Manifesto Sobinfluencia. 2020. Disponível em: <https://www.sobinfluencia.com/post/manifesto-sobinfluencia> Acesso em: 13 jun. 2022.
[3] BRETON, André; RIVERA, Diego. Por Uma Arte Revolucionária Independente. 1938. Disponível em: <https://www.marxists.org/portugues/breton/1938/07/25.htm> Acesso em: 13 jun. 2022.
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