Por uma militância sindical afirmativa, antirracista e decolonial
“A gente nasce preta, mulata, parda, marrom, roxinha dentre outras, mas tornar-se NEGRA é uma conquista.” Lélia Gonzales
por Josiane Nazaré Peçanha de Souza¹ e Eliane Souza Peçanha²
O presente artigo pretende apresentar o processo de consolidação de uma militância sindical antirracista[1], decolonial, interseccional, dentro de um sindicato dos profissionais da Educação Pública: iremos apresentar a construção de uma militância sindical cada vez mais atuante, em relação à luta pela implementação das ações afirmativas e na discussão interseccional, junto às redes públicas de nossa cidade, estadual e municipal, dentro do núcleo do Sindicato dos Profissionais da Educação de Niterói (SEPE-Niterói), através da articulação do Coletivo de Combate às Opressões.
Focalizando nesse artigo principalmente o processo de consolidação da discussão e materialização da luta antirracista, decolonial, (CLAUDIA; RIASCOS, 2016), pois potencializamos através de nossas ações junto aos profissionais da Educação, a construção de práxis insurgentes, dando visibilidade a outras epistemologias, articulando aqui a implantação das ações afirmativas: as leis 10.639/03 e 11. 645/08, que obrigam o ensino da história e cultura afrobrasileira, africana e indígena.
Essa militância afirmativa começou a se aprofundar no segundo semestre do ano de dois mil e quinze, nascendo a partir dos programas de chapa que compõem a direção colegiada. É Antirracista pois capaz, de potencializar nos profissionais da Educação interesse em conhecer, estudar, desenvolver e lutar principalmente por uma Educação antirracista ao discutir e lutar contra as formas de Racismo existentes em nosso país e capaz de denunciar o mito da Democracia Racial. Construindo também uma Educação decolonial, que busca através das ações/teorizações dos movimentos sociais, a valorização de epistemologias outras e combatentes das outras opressões interseccionais nos tempos e espaços educativos públicos, num cenário mundial e nacional cada vez mais neocapitalista, de acirramento do machismo, sexismo, da xenofobia e do racismo a níveis alarmantes.
Palavras-chave: militância sindical afirmativa – interseccional – decolonial
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¹ Professora da rede municipal de ensino de Niterói, orientadora pedagógica em Duque de Caxias, especialista em Direitos humanos, diversidades e questões sociais e raciais, em História e Cultura afrobrasileira e africana e mestranda em História pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Faz parte da ABPN e do GPMC, professor Luiz Fernandes de Oliveira (UFRRJ).
² Professora de Geografia da rede estadual de ensino e da rede municipal do Rio de Janeiro. Formada em Geografia pela Universidade Federal Fluminense.
Ambas dirigentes e Secretárias de Combate ao Racismo do Sindicato dos profissionais da Educação (SEPE-NITERÓI).
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