LGBTQI+ contra a Reforma da Previdência e as Terceirizações
Este próximo 28 de abril será um marco nas lutas de todo o país. Milhões de trabalhadores estão revoltados com o governo Temer. A população LGBTQI+, movida pela revolta histórica com as progressivas perdas de direitos trabalhistas que sofre de modo geral e específico, compreende que precisa se engajar no enfrentamento coletivo aos ataques representados pela Reforma da Previdência e pela PEC das Terceirizações, entre outras políticas arbitrárias que têm servido de instrumentos à violenta exploração da classe trabalhadora.
No atual cenário politico, políticos golpistas envolvidos em diversos esquemas de corrupção são os mesmos que tentam fazer a gente trabalhar até morrer. Também são esses mesmo políticos que destilam e incitam discursos, políticas e atitudes de ódio que estão por detrás das humilhações, discriminações, agressões e assassinatos de LGBTQI+ no nosso país.
A população LGBTQI+, assim como toda a classe trabalhadora, só tem a perder com a Reforma da Previdência e com a própria reforma trabalhista que tramita agora em regime de urgência no Congresso Nacional. No caso das pessoas LGBTQI+ a situação é ainda mais grave que a média geral, especialmente quando nos referimos à realidade das LGBTQI+ que são mulheres ou, pior ainda, as que são mulheres negras.
As estatísticas comprovam que os nossos são os piores salários e que a nós é vedado o acesso à maioria dos postos de trabalho. Não bastasse para muitas LGBTQI+ restar como alternativa de sobrevivência a prostituição, há outras poucas possibilidades, como o escravizador mercado do call center, um nicho que nos mantém longe dos olhos da sociedade e que cala a nossa capacidade de expressão de sexualidade e de gênero.
O Brasil é o país que mais mata LGBTQI+ em todo o mundo e onde 90% das mulheres trans e travestis estão fora do mercado formal de trabalho. Neste contexto, a Reforma da Previdência vai tornar ainda menos possível que LGBTQI+ sonhem em ter um dia condições mínimas de vida, como estabilidade, segurança e aposentadoria.
Se depender do capitalismo, o aumento da nossa expectativa de vida será cada vez mais um problema, ao invés de representar um avanço no desenvolvimento humano. Somos vistos, de modo geral, como peso morto quando alcançamos a velhice e nossa produtividade é reduzida. Mas este é um raciocínio que, infelizmente, não faz o menor sentido, por exemplo, para as mulheres trans brasileiras, que começam em geral a trabalhar ainda na infância, mas na informalidade e com uma expectativa de vida que não passa dos 35 anos. Dessa forma, a luta das pessoas LGBTQI+ ainda é pela própria existência e pela visibilidade.
Precisamos compreender que para além das opressões e explorações sofridas especificamente por LGBTQI+, o modelo capitalista impõe ameaças permanentemente à classe trabalhadora como um todo. Nesse sentido, é preciso que se promova a reunião de forças, a organização de todas e todos, independentemente das bandeiras específicas. Por isso, vamos todes participar da Greve Geral deste 28 de abril de 2017. Vamos às ruas nos juntar aos que reivindicam o direito básico à vida e à dignidade humana.
*Benny Briolly é assessora parlamentar do Mandato Talíria Petrone (PSOL Niterói) e primeira mulher trans a trabalhar na Câmara Municipal de Niterói
Parabéns representa o que vive xs LGBTQI+
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Greatt read thanks
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